Economia: Como a queda na taxa de juros está impulsionando o mercado imobiliário no Brasil
Em setembro de 2019, o Comitê de Política Monetária (Copom) cortou a taxa Selic pela segunda vez em 17 meses, de 6,0% para 5,5% e em outubro para 5,00% ao ano. Foi o terceiro corte consecutivo da taxa básica, e as projeções para Selic no fim de 2019 e de 2020 permanecem em 4,50% ao ano. Esse é o menor valor desde sua criação, em 1986.
Mas afinal e que a descida da Selic influencia na economia, na vida cotidiana e se reflete até mesmo no setor da construção civil? O especialista Rafael Scodelario, empresário e um dos principais corretores de imóveis de alto padrão do país explica: “Com a Selic em queda e taxas de financiamento imobiliário perto do menor patamar da historia, muitas empresas do setor fazem captação recorde de recursos para viabilizar projetos que estavam guardados na gaveta durante a recessão, incrementando também novos e arrojados projetos para atender essa demanda retraída dos últimos anos, que está agora animada com as facilidades de financiamento e credito mais barato”, revela.
O que é a Selic?
Rafael Scodelario conta no que consiste a Selic: “A sigla é a abreviação de Sistema Especial de Liquidação e Custódia. Esta é a taxa básica de juros da economia no Brasil, utilizada no mercado interbancário para financiamento de operações com duração diária, lastreadas em títulos públicos federais. E a redução da taxa de juros no Brasil tem sido fundamental na retomada do setor da construção civil”, explica.
Selic x Crescimento
O número de lançamentos de imóveis residenciais cresceu 23% no país em 2019 até o momento. As vendas subiram 15% em um ano, comparadas com 2018: “a reação à nova política econômica tem sido mais perceptível agora. Mercados como São Paulo, onde atuo mais frontalmente, foram os primeiros a sentir o impacto da Selic mais baixa, e agora este reaquecimento está se disseminando aos poucos no Rio, Belo Horizonte e em Curitiba onde ao longo do ano alguns empreendimentos imobiliários foram lançados, mas ainda um tanto tímidos”, ressalta Scodelario.
A queda dos juros tem sido fundamental para a recuperação, diz a Associação Brasileira das Incorporadoras Imobiliárias (Abrainc), que calculou: cada ponto percentual a menos na taxa pode atrair dois milhões de famílias para o financiamento imobiliário.
Por Fabiano de Abreu
Imagem: Reprodução / MF Press Global