5 Medidas preventivas para auxiliar os varejistas a lidar com o impacto da paralisação
A exemplo do que ocorre nos setores de agronegócio, siderurgia e alimentos, os varejistas também estão sendo afetados fortemente pela greve dos caminhoneiros, iniciada no último dia 21. Especialistas da área preveem que os impactos da paralisação devem ser sentidos nos próximos dois meses.
A empresa de pesquisa de mercado Ebit já aponta uma redução na previsão de crescimento do comércio eletrônico em maio, que caiu de 20,7% para 13,3% em relação ao mesmo período de 2017. Segundo dados da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP), o reflexo para o varejo na cidade de São Paulo pode acarretar perdas de vendas de até R$ 570 milhões por dia.
No e-commerce a operação mais afetada será a logística, em especial no cumprimento dos prazos de entrega. Esse problema de logística já é sensível e amplamente demandado no Poder Judiciário. E tende a se agravar.
Considerando este cenário, como as empresas varejistas podem atuar no sentido de minimizar os efeitos da mobilização que afeta o país?
Ainda que muitas soluções envolvam análises da equipe de marketing, financeiro, ou mesmo comercial de cada empresa, Ricardo Marfori, advogado especialista em relações de consumo e sócio do escritório de advocacia Costa Marfori, indica que o caso fortuito externo deverá mitigar a responsabilidade do fornecedor, mas algumas outras medidas podem contribuir para uma melhor gestão da situação:
Demonstrar transparência, informando os clientes de forma proativa, por meio de comunicados oficiais. A mesma mensagem pode ser replicada nos canais digitais da empresa.
Considerar prazos mais longos para a entrega de produtos para contratos firmados a partir de agora, justificados pelo impacto da greve.
Buscar o diálogo com o consumidor, no sentido de realizar uma repactuação nos prazos de entrega dos contratos já em andamento, desde que seja interessante para ambas as partes.
Investir em uma força-tarefa da equipe responsável pela logística da empresa, semelhante ao que ocorre em picos sazonais de vendas como Natal e Black Friday. A medida sinalizará para o Poder Judiciário e Órgãos de Fiscalização um esforço extra para o atendimento ao cliente no melhor tempo possível.
Dar treinamentos específicos para as equipes de atendimento ao consumidor (SAC’s) para que elas estejam preparadas para demandas relacionadas aos atrasos causados pela greve e tenham respostas alinhadas para transmitir.
Fontes:
RICARDO MARFORI SAMPAIO, especialista em direito empresarial, graduado em 2003 pela Universidade São Francisco – SP. Pós-Graduado em Direito Empresarial pela FADISP-SP e em Direito Civil pela Universidade Federal da Bahia – UFBA. Responsável pela instituição e desenvolvimento da área Cível do Escritório Bichara Advogados em São Paulo, assumindo posteriormente a função de coordenador nacional do setor Contencioso Cível e Relações de Consumo, estabelecendo-se no Rio de Janeiro. Advogado militante, com ênfase em Direito do Consumidor, Direito Processual Civil e Direitos Difusos e Coletivos. Membro da Ordem dos Advogados do Brasil, seccionais de São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais e Bahia.
Por Soraya de Souza / Virta Comunicação